quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O Tarô como ferramenta de Auto-Conhecimento



O Tarot como ferramenta de Auto-Conhecimento 


Como eterna aprendiz do tema, estou estudando o Tarot de Aleister Crowleyagora. 
É um baralho muito diferente, surrealista, uma bela criação de Frieda Harris, que rompe com a iconografia clássica do tarô, tanto nas imagens como nas modificações efetuadas na nomenclatura das cartas.
O Tarô é um oráculo de cartas, conhecido em sua configuração atual desde o século XVI.* Ele consiste em 78 cartas que se dividem em dois grupos principais. Os Arcanos Maiores22 compõem-se de 22 cartas numeradas seqüencialmente, nas quais são representados motivos individuais, como, por exemplo, um louco, um mago, o sol e a lua, assim como também a morte e o diabo. As 56 cartas restantes, que são chamadas de Arcanos Menores, subdividem-se em quatro séries ou naipes, que possuem respectivamente um símbolo em comum (Paus, Espadas, Discos ou Copas). Existem duas formas fundamentalmente distintas de utilização do Tarô.
Ao se estudar o simbolismo, a constituição e a estrutura das cartas, as imagens dos Arcanos Maiores tornam-se um livro de sabedoria que descreve o percurso da vida do homem e, além disso, proporciona uma visão significativa sobre a realidade que existe por trás da realidade. Essa forma profundamente esotérica de se lidar com o Tarô restringe-se às 22 cartas dos Arcanos Maiores, que formam a verdadeira proposição filosófica e contêm a filosofia de vida do Tarô.
Em contrapartida, as cartas dos Arcanos Menores, pelo que se sabe até o momento, nunca
foram usadas com uma outra finalidade, senão a de consultar as cartas — a segunda maneira de utilizar-se o Tarô, que é também a mais conhecida.
Se acompanharmos o pressuposto da psicologia junguiana de que no inconsciente descansam forças que guiam a nós, seres humanos, então podemos compreender o Tarô como um diálogo entre o consciente e o inconsciente.Porque, assim como outras vivências e experiências pelas quais passamos são desencadeadas pelo inconsciente para que possa mostrar uma lição e, por meio delas, crescer e amadurecer, os conselhos do Tarô também surgem em nossas vidas como mensagens do inconsciente. Esse contexto deixa o oráculo aparecer sob uma luz completamente diferente e o transforma em uma fonte singular de autoconhecimento. Muitos consulentes utilizam o Tarot, ou outros oráculos como o responsável por suas decisões e escolhas, abstendo-se assim, de exercer o livre-arbítrio – uma forma de não se culpar por más escolhas!
Para que eles fossem entendidos sob essa perspectiva, o filósofo Thales de Mileto mandou inserir no Templo de Delfos, no início do século VI a.C., a famosa inscrição: "Conhece-te a ti mesmo", para deixar claro o verdadeiro sentido de todo e qualquer oráculo. Quem absorver essa mensagem e se deixar guiar por ela seguirá o caminho correspondente à sua própria individualidade e encontrará a si mesmo. Por outro lado, quem considerar o inconsciente apenas um "país das maravilhas", do qual emana um poder mágico capaz de explorar inescrupulosamente o "Eu" com a finalidade de saciar sua ilimitada necessidade de afirmação e suas expectativas ingênuas sobre a sorte; quem quiser calcular com isso os números da loteria ou encarar o Tarô como um seguro espiritual contra os desgostos da vida, sentirse-á, na melhor das hipóteses, decepcionado, quando não, sofrerá uma grande frustração.
"Toda aproximação ao inconsciente com intenção de tirar proveito surte um efeito destrutivo", alerta a junguiana Marie-Louise Von Franz. Ela compara esse processo à exploração desrespeitosa das florestas, à depredação exaustiva da natureza e ao saque ganancioso das riquezas do solo, o que leva invariavelmente à destruição do equilíbrio biológico. Na perda do equilíbrio, encontra-se também o significado original da palavra pecado. Talvez seja esse o perigo, que tem dado repetidamente às cartas do Tarô a má fama de ser o livro de orações do diabo.

(Baseado no livro que estou estudando: Tarot de Crowley – Banzhaf&Teller)

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