quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Meteoro na Rússia: A Nasa é realmente a guardiã espacial do mundo?


Meteoro na Rússia: A Nasa é realmente a guardiã espacial do mundo?


Desde que o meteoro de 17 metros de 10 mil toneladas explodiu sobre uma pequena cidade da Rússia, milhões de pessoas passaram a culpar a NASA por não ter avisado a população com antecedência. Mas será que essa responsabilidade global é tão somente da agência americana?
Meteoro russo
Clique para ampliar
Quando as primeiras imagens da queda do meteoro começaram a correr o mundo, milhões de pessoas passaram a entender as consequências do choque de um meteoro contra nosso planeta. O evento não pertencia mais às fantásticas histórias de cinema, mas ao mundo real onde vivem as pessoas de verdade, que podem sofrer realmente as consequências de um impacto.
Apesar da queda do meteoro na Rússia ter pegado a todos de surpresa, justamente no mesmo dia 15 de fevereiro outro asteroide, batizado de 2012 DA14 e previsto pelos cientistas, passaria coincidentemente algumas horas depois nas proximidades da Terra.
Mesmo não havendo qualquer relação entre os dois eventos, hipótese descartada em primeira mão pelo Apolo11 logo nas primeiras horas após o choque, grande parte da população entendeu que a Terra poderia estar sendo bombardeada por rochas espaciais desprendidas do asteroide 2012 DA14. Muitos até acharam que a NASA havia errado nos cálculos e que o objeto que caiu na Rússia era na realidade o asteroide previsto para se aproximar no final da tarde.
Neste ponto, gostaríamos de esclarecer nossos leitores algumas falsas ideias sobre a NASA e porque a detecção de objetos não é de sua única responsabilidade, mas de toda a humanidade.

Sobre a Nasa
Antes de prosseguirmos, é importante entendermos que NASA é apenas uma agência espacial, como tantas outras que existem no mundo. O que diferencia a agência americana de outras é o seu gigantismo e uma coleção invejável de missões extremamente bem sucedidas. Isso fez dela um exemplo a ser seguido pelas organizações similares.

Além da grande capacidade tecnológica obtida em parceria com centenas de universidade, a NASA têm também uma capacidade muito grande de se comunicar com o público, em um trabalho de relações públicas muito eficiente. Um artigo ou palavra da NASA divulgado pela manhã estará em milhões de sites e blogs algumas horas depois.
Por que isso acontece? Porque a agência tem um histórico de credibilidade fabuloso, obtido justamente pela sua competência. E exatamente por isso ela também é lembrada quando algo misterioso ou imprevisto acontece no céu. Mesmo que a agência não tenha qualquer responsabilidade sobre o evento.

A Nasa é a guardiã espacial do mundo?
Após a queda do meteoro na Rússia, a agência espacial foi severamente questionada em todo o mundo por não ter previsto que uma rocha de 17 metros e 10 mil toneladas poderia se chocar contra a Terra. Afinal, se a agência consegue detectar objetos menores, por que esse bólido não foi visto e interceptado pela agência?
Meteoro_Russo
Clique para ampliar
Não vamos entrar em detalhes sobre o porquê de tanta dificuldade em detectar asteroides ou meteoroides. Essa problemática já foi apresentada e pode ser lida neste artigo do Apolo11, que explica mais detalhadamente os motivos:
O que é importante deixar claro é que a NASA é apenas um entre outros centros de observação mundial que tenta escanear o céu em busca de asteroides próximos da Terra. Os dados e previsões informados não são exclusividade da NASA e muitos astrônomos amadores também ajudam a catalogar as pedras que vagam pelo espaço.
Naturalmente, pela grande capacidade de comunicação, essas previsões parecem sempre vir das páginas da agência americana, mas na maior parte das vezes a descoberta de asteroides ou cometas é divulgada antes no site do MCP, Minnor Planet Center, da União Astronômica Internacional, que é quem coordena a observações em nível global.

Agência Internacional de Vigilância Espacial
Como explicado no artigo acima citado, a detecção de rochas espaciais é uma tarefa bastante árdua, principalmente pelas características físicas e velocidade de deslocamento desses objetos. Isso impossibilita que uma única organização mundial consiga monitorar o céu 24 horas por dia e emitir alertas precisos sobre a aproximação e impacto.
Essa é uma tarefa muito cara e que requer esforços de todos os países e não unicamente da NASA.
Para que uma agência internacional de vigilância espacial possa realmente monitorar o céu e sugerir contramedidas eficazes será necessário muito mais que a boa vontade das nações. Será necessário gastar muito dinheiro anualmente em pesquisa e tecnologia de ponta, coisa que a grande maioria dos países não faz nem mesmo para benefício próprio.
Estaria o leitor brasileiro interessado em remanejar as verbas da saúde e da educação em direção à pesquisa de detecção de objetos próximos da Terra e que também poderiam atingir nosso país?

Artes: Fotos e vídeos da queda do meteoro sobre a cidade russa de Chelyabinsk. Créditos: Apolo11.com.

Nenhum comentário:

Postar um comentário